quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Eleição: pesquisas de intenção de voto

Em ano de eleição, tempos em tempos, os meios de comunicação publicam frequentemente opiniões sobre candidatos, preferências dos eleitores e comportamentos eleitorais.
De modo especial, as pesquisas de intenção de voto ocupam espaço significativo perante o eleitorado, como se elas fossem capaz de antever os votos, comparáveis com os do dia da eleição. Na medida em que a data da votação se aproxima, os registros das pesquisas eleitorais se diversificam e avolumam, causando grande alvoroço na comunidade, sobretudo entre os que ditam as estratégias políticas partidárias e as pessoas curiosas em querer saber os rumos das campanhas.
Todo cuidado é pouco. A divulgação de resultados contendo diferentes termos e números supostamente tendenciosos, sem a devida legitimidade, de objetivos particulares, além de confundir, pode influenciar o voto da opinião pública menos avisada.
Por outro lado, quando os métodos de pesquisas são aplicados sob o ponto de vista lógico, pautados em base científica, os valores tendem a projetar a realidade e, neste sentido, servem de balizamento para o exercício saudável do voto num determinado tempo.

Como as pesquisas são realizadas

Segundo o Instituto Gallupa realização de pesquisas de eleição tem como objetivo o levantamento de opiniões de um grupo ou amostra de pessoas que representam as mesmas opiniões que seriam obtidas em um universo, como se fosse possível entrevistar todas as pessoas de uma região, no caso uma nação, um estado ou um município.
As questões quando formuladas e colocadas corretamente a um grupo significativo de pessoas, mesmo associadas a opiniões individuais, de informações limitadas, fornecem indicadores precisos das atitudes, crenças, opiniões e preferências da população representativa de um todo.
No Brasil, os entrevistadores comumente fazem a abordagem segundo dois tipos de questionários: domiciliar ou em pontos de fluxo. É importante supor que, quanto maior o número de consultas aleatórias, mais elas refletem os anseios da população e maior é o custo envolvido.

Como os resultados são divulgados

Os resultados são baseados em modelos matemáticos da probabilidade não tão simples de entender. Como exemplo ilustrativo do problema, quando as pesquisas são divulgadas na mídia de forma idônea com intenções de votos a determinados candidatos, em porcentagem (%), informações complementares importantes são relatadas como o responsável pela pesquisa, contratante da pesquisa, perguntas formuladas, custos despendidos, controle de qualidade interno, datas de realizações, número de eleitores consultados, regiões, estados e municípios envolvidos, margem de erro porcentual (para mais ou para menos), nível de confiança e protocolo de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com base nesses requisitos, tratados de maneira transparente e confiável, é possível moldar um quadro e traçar vieses reais dos candidatos. Ao contrário, se as informações básicas do resultado são frágeis, sem a garantia da rastreabilidade da pesquisa, fica difícil de mensurar se as diferenças entre os candidatos são ou não significativas.
De forma geral, as pesquisas no mercado nacional apresentam margem de erro de 2 % com nível de confiança de 95 %. Isso significa que, se no mesmo período a pesquisa for repetida 100 vezes com a mesma metodologia, em 95 delas os resultados estarão dentro da margem de erro de ±2 %.

Erros acontecem nas pesquisas

O erro creditado em pesquisas eleitorais tem como base a qualidade da amostragem, de variáveis que às vezes escapam das tendências comuns da opinião pública. Ao comparar a diferença entre dois candidatos, computados os respectivos erros de amostragens, pode-se saber objetivamente se um candidato está à frente do outro.
No entanto, o fato do 1º turno (eleição 2014) mostrou sondagens em vários níveis de cargos com números significativos de equívocos, um tanto grosseiros, pondo em cheque a credibilidade das fontes de pesquisas.
Afinal, qual a razão para criar falsas expectativas de previsibilidades e relacionar eventos probabilísticos (distorcidos) que tendem ao descrédito, sem o devido controle sistemático e legal?
fontes: Gallup; Ibope; Datafolha; TSE; crikey
Gráfico de pesquisa eleitoral
Gráfico ilustrativo aplicado na mídia com apontamentos de porcentuais de intenção de votos. O candidato "A" está na frente do candidato “B” por três pontos, mas estatisticamente empatados.



Nenhum comentário:

Postar um comentário