quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Escalas aplicadas na área técnica

De modo geral, a escala possui aplicação prática na representação harmoniosa de desenhos ou imagens, em tamanhos maiores ou menores que os tamanhos reais.
Usualmente, o conceito de escala pode ser entendido como uma relação entre as medidas lineares de um objeto projetado e as dimensões reais do objeto.
Como exemplo de aplicação, na área de engenharia, as escalas são partes importantes do processo de concepção de desenhos (projetos) envolvendo grandes volumes ou áreas, como de edificações, estruturas, espaços internos e externos, superfícies terrestres, estradas, canalizações, redes de energia, máquinas, para citar alguns. Na maioria desses casos, as medidas obtidas a partir dos desenhos representam frações decimais (redução de tamanhos) das dimensões reais.
Seja qual for a prática, a redução ou ampliação de grandezas de medidas permite que algo real seja representado em um plano de formato padronizado, tornando possível a visualização e a compreensão, de maneira fácil e clara, das partes ou de um todo, com relativa precisão.

Escalímetro: instrumento de medida

Tradicionalmente, o escalímetro (régua especial) é um instrumento usado para medir dimensões de objetos representados em escala, podendo ser de plástico, madeira ou alumínio.
Os escalímetros estão disponíveis em tamanhos de 15 cm e 30 cm (os mais conhecidos) em formatos plano ou triangular. Diversos modelos de escalímetros podem ser encontrados no mercado, cada um possui 6 registros de escalas diferentes (2 escalas distintas em cada face) e adequadas a cada necessidade de aplicação como na engenharia, arquitetura, etc.
No escalímetro (padrão métrico), cada unidade de marcação corresponde a um metro.

Classificação das escalas

A norma NBR 8196 (Desenho técnico - Emprego de escalas) especifica as escalas básicas como:
  • redução (1:2, 1:5 e 1:10);
  • natural (1:1);
  • ampliação (2:1, 5:1, e 10:1).
De acordo com esses grupos de escalas, podem ser extraídas outras escalas à razão de dez. Por exemplo: a escala de redução 1:10 pode ser usada como 1:100, 1:1000..., dependendo da finalidade de representação do objeto.
Na engenharia, as seguintes escalas de reduções (extensíveis) são conhecidas:
1:2 (1:20, 1:200); 1:2,5 (1:25, 1:250); 1:5 (1:50, 1:500); 1:7,5 (1:75) e 1:10 (1:100)
Na arquitetura, conforme a NBR 6492, as seguintes escalas de redução são usuais:
1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100; 1:200; 1:250 e 1:500

Aprendendo a navegar entre as escalas

Dado um modelo comum de escalímetro - tipo 1, contendo as proporções métricas 1:20 - 1:25 - 1:50 - 1:75 - 1:100 - 1:125, vamos extrair e examinar três casos de escalas:

Escala 1:100 (lê-se um para cem):

A cada marcação (corresponde a um centímetro) da graduação no escalímetro representa no desenho a medida real de um metro. Em cada marcação, a menor divisão com precisão é de 1 dm (10 cm ou 0,10 m).
Escala 1:100

Escala 1:125 (lê-se um para cento e vinte e cinco):

A cada marcação (corresponde a 0,8 centímetro) da graduação no escalímetro representa no desenho a medida real de um metro. Duas marcações e meia (correspondem a 2 centímetros) da graduação no escalímetro representam no desenho a medida real de 2,5 metros. Em cada marcação, a menor divisão com precisão é de 1 dm (10 cm ou 0,10 m).
Escala 1:125

Escala 1:20 (lê-se um para vinte):

A cada marcação (corresponde a cinco centímetros) da graduação no escalímetro representa no desenho a medida real de um metro. Em cada marcação, existem 10 divisões (cada uma equivalente a 1 dm ou 10 cm ou 0,10 m). Em cada divisão, existem 5 subdivisões e a menor subdivisão com precisão equivale a 2 cm.
Escala 1:20

Generalidades

As unidades de medidas utilizadas em desenhos na maioria dos países, incluindo o Brasil, obedecem aos padrões do Sistema Internacional de Unidades (SI). Os programas específicos de padrão gráfico, utilizados na elaboração de desenhos e projetos técnicos, permitem o uso de diferentes unidades de medida para diferentes projetos.
A escala selecionada normalmente é indicada em campo específico da legenda (carimbo) da folha de desenho, localizado no canto inferior direito da folha, mas também pode ser encontrada em outros locais da folha de formato padronizado. Quando for necessário o uso de mais de uma escala na folha de desenho, além da escala geral, estas devem estar indicadas junto à identificação (título) do detalhe, vista ou ampliação a que se refere.
Certas unidades de medida são tão comuns que para não torná-las repetitivas, nos desenhos, essas unidades nem aparecem. Mas o bom senso esclarece que: a unidade adotada sempre é fornecida por meio de uma nota geral, próximo ao carimbo do desenho (exemplo: cotas indicadas em metros).
A adoção de submúltiplos de unidade (como o milímetro), sem a devida justificativa, o uso de valores com algarismos significativos excessivos para indicar cotas entre dois pontos (casos não justificados de rigorosa precisão) e o emprego de escalas não usuais (exemplos: 1:30, 1:125...), causam dúvidas na leitura das informações do projeto, prejudicando a correta execução ou construção do objeto.
Como regra geral, nos programas gráficos, como o AutoCAD, os desenhos são representados em tamanho real (escala 1:1), sem precisar de compensar qualquer fator de escala. A decisão sobre qual escala de redução a adotar é tomada somente na hora de plotar (imprimir) o desenho (praticamente, não faz sentido a impressão em tamanho real).
Para a representação de escalas cartográficas, como de imagens reduzidas de uma determinada superfície (exemplo: mapas de países), comumente são empregados segmentos de retas graduados que estabelecem diretamente e visualmente a relação de proporção existente entre as distâncias no mapa e as distâncias do território.

Nenhum comentário:

Postar um comentário