domingo, 16 de novembro de 2014

O andar do bêbado

A primeira vista, o título O andar do bêbado, livro escrito pelo físico Leonard Mlodinow, pode não chamar a atenção em meio às estantes das livrarias. Mas no momento que o livro trocar de lugar, nas mãos do leitor, após algumas folheadas, a chance de ser adquirido e, mais adiante, se tornar uma leitura bem-sucedida é muito grande.
Tal como a determinação desse acontecimento, o autor Mlodinow em sua obra traça uma série de situações regidas pelo acaso, bem mais presentes nos caminhos imprevisíveis das nossas vidas do que se poderia imaginar.
Na edição original em inglês, a capa do livro ressalta claramente algumas letras contidas ao longo do título, subtítulo e nome do autor. As letras ligadas por uma linha vermelha formam a palavra random, que significa “acaso”.
Na versão brasileira, as linhas tracejadas da capa do livro O andar do bêbadoComo o acaso determina nossas vidas parecem não levar a lugar nenhum, ou melhor, remetem a outra capa do livro Subliminar - Como o inconsciente influencia nossas vidas, do mesmo autor, ambas as capas muito semelhantes.
Por conta desse detalhe, fica evidente a perda de originalidade visual e identidade gráfica entre as capas.
Já no prólogo do livro, o autor esclarece que o título O andar do bêbado tem como analogia o movimento aleatório, como o trajeto de uma molécula flutuando pelo espaço, às vezes saltando desordenadamente, outras vezes chocando-se com outras moléculas.
Por esse caminho sinuoso, ao longo dos dez capítulos, o autor, físico americano da Universidade de Caltech, mostra através dos conceitos da matemática, em particular a probabilidade, como a aleatoriedade está presente na nossa vida cotidiana. O fato de que a verdadeira probabilidade de eventos não é intuitiva, levam as pessoas a cometerem pensamentos muitas vezes falhos, de consequências imprevisíveis ou inesperadas. Sob esse ângulo, o livro fornece ilustrações interessantes e desafiadoras sobre acontecimentos em diversos campos da vida humana, como nos esportes, na medicina, na psicologia, na política, no mercado cinematográfico, no jogo de azar, no mercado financeiro, entre várias outras.
Especialmente no capítulo 7, o autor trata do assunto "A medição e a lei dos erros". As medições científicas não se baseiam em sentimentos qualitativos, mas em parâmetros mensuráveis onde os erros são quantitativamente avaliados e por isso os resultados de medições sempre carregam a incerteza. Estudiosos descobriram que o comportamento humano muitas vezes se apresenta semelhante ao do erro de medição. Assim, pode-se dizer que essa representação é uma outra maneira de olharmos o quanto as ciências físicas interferem nas questões rotineiras das nossas vidas.
Enfim, é um livro acessível, que oferece momentos de muita reflexão.
fonte: O andar do bêbado (Leonard Mlodinow) 
Cara ou coroa
Em um evento de jogo de azar, a chance de gerar 1 cara, quando duas moedas são lançadas, é de 33,3 % ou de 50 %? As possibilidades não são três, mas quatro: cara-coroa, coroa-cara, cara-cara e coroa-coroa. Há, portanto, 50% de chance de uma cara, 25% de duas e 25% de nenhuma.



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