quinta-feira, 30 de junho de 2016

Vícios da linguagem técnica

Como resultados de medição, as grandezas, os valores numéricos e as unidades de medida são designados através de nomes e símbolos atribuídos conforme a International Organization for Standardization (ISO) e o Sistema Internacional de Unidades (SI).
Esses estilos são definidos de modo coerente e para qual significado é pretendido, para permitir o seu entendimento e aplicação em nível mundial. Por sua vez, devidos aos vícios e costumes abusivos praticados ao longo dos anos, continuam sendo comum verificar confusões quanto à correta utilização e quando assim ocorrem são perdidas todas as vantagens postas em normas e convenções.
Os exemplos a seguir servem para ilustrar alguns casos:
  • A maior pepita de ouro, em exposição no Museu de Valores (do Banco Central do Brasil), encontrada no Brasil pesa 60,820 kg. Neste caso, se a massa utilizada na expressão possuir significado, o uso incorreto de peso no lugar de massa deve ser desconsiderado. Na verdade, em situação de aplicação técnica, na ciência e na tecnologia, o quilograma (kg) é unidade da grandeza massa, e o peso de um corpo em um sistema particular de referência é o resultado do produto entre a força da gravidade e a massa de um corpo, dado em newton (N).
  • Uso incorreto de metragem ou quilometragem como uma grandeza, no sentido e lugar, por exemplo, de distância ou comprimento (l). Um exemplo comum, mas indevido: A quilometragem entre as cidades A e B é 100 km. Deve ser escrito como “A distância entre as cidades A e B é de 100 km”. Do mesmo modo, mantenha distância de outros termos similares: calibragem, amperagem, voltagem, entre outros similares.
  • Não é apropriado expressar velocidade como “rapidez do movimento de um corpo”, sendo preferível definir velocidade como “a distância percorrida pelo corpo dividida pelo tempo gasto em percorrê-la”.
  • Os símbolos das unidades com expoentes grafados incorretamente (a propósito, muito comum na prática), do tipo cm3, mais pela simplicidade de digitação, devem ser corrigidos nos aplicativos de texto através da formatação da fonte em sobrescrito: cm3 (centímetro cúbico).
  • Utilização indevida de unidades de medida no sentido para designar grandezas. Os vícios de expressões, tais como “quantos metros quadrados tem um campo de futebol”, “quantos quilos tem o pacote de arroz”, entre outros vistos no cotidiano, devem ser evitados em textos oficiais.
  • Uso da notação "bitola" ligada ao padrão de escala americana AWG, por exemplo, na especificação de condutor elétrico, em vez de "seção" de condutor, hoje por norma e convenção referida em milímetro quadrado (mm2). Nota: a grandeza "bitola" está relacionada a um conceito de medida linear e a "seção" à área.
  • No caso de ocorrer ambiguidade na sentença, as palavras devem ser rearranjadas adequadamente, a fim de permitir o entendimento correto. Exemplo: a frase “as amostras foram colocadas em frascos de 22 mL” deve ser substituída por “as amostras foram colocadas em frascos de volume de 22 ml”.
  • Para evitar confusão, quando envolver assuntos relacionados às grandezas ou aos seus valores, deve-se distinguir a diferença entre um fenômeno, corpo ou substância e o atributo que o designou. Isto significa que, embora seja aceitável dizer “um objeto de massa de 1 kg foi preso a um fio para formar um pêndulo” não é aceitável dizer ”uma massa de 1 kg foi preso a um fio para formar um pêndulo”. Igualmente, não está correto a seguinte expressão: o quilo de ouro custa muito caro.
fonte: SI (INMETRO)
quilowatt hora
A notação correta para o símbolo do quilowatt hora é kW h ou kW h. As outras formas como kWH, kW-h, kW/h, KWH, etc. estão incorretas. No entanto, em determinadas condições, o símbolo kWh (sem o espaço ou ponto) pode ser usado.



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