Cientistas costumam medir grandezas relacionadas às unidades de medida. Quando as unidades de medida não são conhecidas, o valor numérico não tem sentido, a menos que seja um número puro.
A respeito das constantes fundamentais do universo, ao contrário da velocidade da luz no vácuo (c) - uma das grandezas mais conhecidas, de valor exato ou sem incerteza – medida em metros por segundo, a constante de estrutura fina não possui dimensão ou unidade de medida.
A constante de estrutura fina, representada pela letra grega alfa (α) é um número puro que molda o universo em um grau surpreendente: "um número mágico que chega até nós sem nenhuma compreensão", como descreveu Richard Feynman.
O número misterioso, chamado de constante de estrutura fina, chega muito perto da razão 1/137 (alguma coisa parecida com o número 0,007 299 270 073). Normalmente aparece em fórmulas que descrevem a luz e a matéria. A constante está em toda parte porque caracteriza a intensidade da força eletromagnética que afeta as partículas elementares carregadas, como elétrons e prótons. Como 1/137 é pequeno, o eletromagnetismo é fraco; como consequência, as partículas carregadas formam átomos cujos elétrons orbitam à distância e mudam de órbitas facilmente, formando ligações químicas. Por outro lado, a constante também é grande o suficiente: os físicos argumentaram que se fosse algo como 1/138, as estrelas não seriam capazes de criar carbono e a vida como a conhecemos não existiria.
Recentemente, em um artigo publicado na revista Nature, uma equipe de quatro físicos liderados por Saïda Guellati-Khélifa, no Laboratório Kastler Brossel, em Paris, relatou a medição mais precisa até agora da misteriosa constante de estrutura fina. A equipe mediu o valor da constante até a 11ª casa decimal (referido ao resultado da razão), relatando que α = 1 / 137,035 999 206(11). Os dois últimos dígitos entre parênteses são incertos (incerteza de 0,000 000 011). Com uma margem de erro de apenas 81 partes por trilhão, a nova medição é quase três vezes mais precisa do que a melhor medição anterior.
fonte: quantamagazine
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