Uma grande variedade de animais usa supreendentemente o campo magnético da Terra como meio de orientação. No entanto, a natureza exata deste sentido magnético permanece ainda indefinida.
Nós humanos, para perceber certas características do meio ambiente, dependemos muito de nossos sentidos como o tato, o olfato, o paladar, a audição e a visão. Mas, além desses sentidos, diversos animais possuem também a capacidade de usar o campo magnético da Terra, um sexto sentido conhecido como magnetorrecepção.
Diante deste fato, é notório perceber que certos animais, como peixes, insetos, tartarugas, aves, entre vários outros, utilizam-se de suas fisiologias sensoriais para explorar informações no campo da Terra para servir de referência aos seus movimentos em distâncias grandes e pequenas. O que permanece misterioso é exatamente como eles respondem aos campos magnéticos externo.
Como exemplo desse fenômeno, para perpetuar o ciclo de vida, as tartarugas marinhas e os salmões usam essas pistas magnéticas para navegar durante suas migrações e encontrar com incrível precisão quanto uma bússola o caminho de volta ao mesmo local de reprodução natal, mesmo distantes até milhares de quilômetros.
Na busca por respostas para essa e outras questões, pesquisadores vêm investigando o comportamento desses animais, sobretudo, no campo onde a sensibilidade magnética pode ser estimulada experimentalmente.
Para compreender como os animais sentem e respondem aos campos magnéticos no seu ambiente, um novo estudo, publicado recentemente pelo Laboratório Nacional de Física (NPL, abreviatura em inglês) e das Universidades de Manchester e Leicester, comprovou pela primeira vez que uma molécula presente em todas as células vivas, ligada ao criptocromo - Flavina Adenina Dinucleotídeo (FAD, abreviatura em inglês) -, uma proteína sensível à luz, por si só, pode em quantidades suficientemente altas transmitir sensibilidade magnética a um sistema biológico.
Além dos avanços significativos na compreensão do mecanismo natural de magnetorrecepção animal, hoje um campo muito desenvolvido, esse novo entendimento também pode abrir novos caminhos de pesquisa em aplicações biomédicas e assim permitir o desenvolvimento de novas ferramentas de medição onde a atividade das células biológicas - incluindo potencialmente as dos seres humanos - possa ser estimulada seletivamente através de campos magnéticos.
Fontes: NPL, phys.org
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