Uma nova medição confirma que o Universo está se expandindo mais rápido do que o previsto pelos modelos teóricos e mais rápido do que pode ser explicado pelo nosso entendimento atual da física, uma discrepância conhecida como tensão de Hubble.
A constante de Hubble é uma medida usada para descrever a rapidez com que o Universo está se expandindo.
Dá a entender que, o cosmos tem ficado maior desde que o Big Bang deu início ao crescimento há cerca de 13,8 bilhões de anos. Porém, determinar o verdadeiro valor para a expansão do Universo - conhecida como constante de Hubble - tem sido uma grande busca científica desde 1929, quando Edwin Hubble descobriu pela primeira vez que o Universo estava se expandindo.
Medir o Universo requer uma escada cósmica, que é uma sucessão de métodos usados para medir as distâncias de objetos celestes, com cada método, ou "degrau", contando com o anterior para calibração.
A escada, adotada pela equipe de Daniel Scolnic (professor de física da Universidade de Duke), foi criada usando dados do Instrumento Espectral de Energia Escura (DESI, sigla em inglês), que observa mais de 100.000 galáxias todas as noites a partir do Observatório Nacional Kitt Peak. Este estudo, publicado no The Astrophysical Journal Letters, em 15 de janeiro de 2025, foca no aglomerado de galáxias Coma, um dos nossos aglomerados de galáxias massivas mais próximos de nós, servindo como um ponto de calibração crucial para medir distâncias cósmicas mais precisas.
Eles mediram distâncias precisas para 12 supernovas do tipo Ia dentro do aglomerado de galáxias Coma, determinando que ele fica a uma distância de cerca de 320 milhões de anos-luz da Terra. Usando essa medição de alta precisão como primeiro degrau, a equipe calibrou o resto da escada de distância cósmica. Eles chegaram a um valor para a constante de Hubble de 76,5 quilômetros por segundo por megaparsec (76,5 km s-1 Mpc-1), o que significa essencialmente que o Universo local está se expandindo 76,5 quilômetros por segundo mais rápido a cada 3,26 milhões de anos-luz (um ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano: 9,46 trilhões de quilômetros).
Esse valor corresponde às medições existentes da taxa de expansão do Universo local. No entanto, como todas essas medições, ele confirma inconsistências medidas anteriormente em valores para a constante de Hubble, que descreve a taxa de expansão do Universo. Com base em medições do fundo cósmico de micro-ondas (CMB, sigla em inglês) mais recentes, mesmo bem-sucedido, o modelo padrão de cosmologia prevê uma constante de Hubble em torno de 67,5 km s-1 Mpc-1.
Em suma, pode-se verificar que a discrepância entre a distância Coma estudada e o modelo padrão produz um ponto de vista que desafia a tensão de Hubble e, essa incerteza, também observada em outros modelos nas últimas décadas, certamente é um dos problemas mais intrigantes da cosmologia atual.
Fonte: PHYS.ORG
Nenhum comentário:
Postar um comentário